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terça-feira, 2 de julho de 2013

Alguns pensamentos na conjuntura atual...

Olá a todos os leitores. Hoje, não tem receita de comida, mas talvez algumas que possam servir de reflexão.


Salários de políticos:  Outro dia defendi que os salários de políticos deviam ser baseados no recebimento declarado pelo imposto de renda dos últimos 3 ou 5 anos com o teto já estabelecido do  ministro do STF.  Um salário de 90% do recebimento médio deve ser suficiente para que qualquer cidadão com consciência cívica venha a sacrificar alguns anos de sua vida profissional para dedicar-se a causa pública.

Se deixarmos salários muito baixos, não se tem o necessário atrativo pecuniário para pessoas com grande capacidade técnica ou grandes pensadores. Se queremos que o país melhore, devemos ter a opção de eleger pessoas com suficiência intelectual para tocar o pais. Com isso evita-se também que o cargo político vire simplesmente uma carreira em que as pessoas se eternizam. Pense: Se é 90% do salário  médio, cada vez que se reelege ganha-se menos.


Auxílios: como qualquer funcionário, o transporte, acomodacão e alimentação e comunicação relativos ao trabalho, podem ser ressarcidos após serem auditados. Verbas inerentes ao gabinete devem ser somente os relativos a escritório. Funcionários devem ser concursados, apesar de eu mesmo conhecer funcionários comissionados de alta capacidade de trabalho, não concordo com a falta de equidade deste privilégio e desta exploração uma vez que eles carecem de alguns direitos e vivem na insegurança da circunstância política

Eleições: Até hoje entendo que o esquema de "chapas" não é exatamente a expressão da democracia. Para mim seria democrático você pegar os candidatos a determinado cargo e o primeiro mais votado seria o 'presidente' e o segundo vice.  Esse negócio de quociente eleitoral e puxar indivíduos pouco votados pelo partido é uma aberração. Dizer que isso compromete a "governabilidade" é no mínimo admitir a infantilidade do "ahhh então eu não vou mais brincar!!!"

Para distribuição federativa dos deputados/senadores: Cada ente federativo no congresso teria direito a um certo número de deputados proporcional a sua população. No senado cada ente federativo teria direito a um representante. Da mesma forma o número de votos determina a eleição direta.

Então por exemplo: SP tem direito a 10 deputados. Seriam 5 titulares e 5 suplentes. Os 5 mais votados seriam titulares e do 6o ao 10o mais votados seriam os suplentes. Não importa o partido, estamos votando nas pessoas.

Acredito que com isso haveria maior coalescência partidária e teríamos uma organização melhor do processo.

Minorias? Realmente - a democracia é a ditadura ou absolutismo da maioria. Mas para tal devemos ter o chamado controle social. Minorias sociais identificadas podem ter representação garantida da mesma forma que fazemos com as cotas. Então em SP temos 5 deputados titulares sendo que 1 deve ser afro-brasileiro, 1 mulher, 1 oriental, 1 caucasiano e 1 LGBT por exemplo. Cristões/Ortodoxos/Batistas/Judeus/Budista/Xintoistas etc.. que me perdoem, mas em um estado laico não cabe reserva religiosa.


Segurança Jurídica:  Entendo que seja extremamente difícil ser juiz. Em meu trabalho como auditor médico e perito tenho que julgar o trabalho do colegas. Hoje vejo como meus pontos de vista mudaram com o passar dos anos com simples eventos como casamento, filhos, idade e doenças. Mas uma coisa que nos deixa sem saber como agir é a insegurança jurídica. Dou exemplo: A ANS diz que a neuronavegação não tem cobertura pelas operadoras de saúde. Ai vem um juiz e ordena por liminar ou MS que deve ser fornecida e pronto, considerando as regras gerais constitucionais. Então para que exatamente serve a regra da ANS? Onde exatamente está a justiça disso?

Achei interessante recentemente tive acesso a uma decisão judicial que um advogado pediu uma liminar e foi aceita..... o advogado amigo pegou o mesmo caso para outro cliente e usando a mesma peça do primeiro advogado ingressou com a ação sendo que foi negada!!! É o mesmo texto! Mesma situação! Só mudou o nome do cliente e do advogado!! 


Carreira de Estado para Médicos   Conheço juízes e juízes, promotores, procuradores etc... Alguns juízes trabalham pacas, outros menos. Eu não tenho conhecimento suficiente mas vamos fazer hipóteses....  Considerem que os magistrados tem privilégios no trabalho. De fato eles iniciam suas carreiras as vezes nos confins da terra, mas conforme sua carreira progride, vão sendo direcionados para locais mais simpáticos aos seus interesses. Pode ser que nem todos consigam e pode ser que dependa de política, mas também pode ser que seja meritocrático! Mas sabemos que tem 60 dias de férias... porque? Sabemos também que a máxima punição administrativa é aposentadoria!

E façam suas conclusões.

Agora - sinceramente fazer uma outra carreira destas para médicos... Acho que deve-se ter a carreira sim, mas não nos moldes da magistratura como alguns sugerem.

Financiamentos.... Não é só este problema. Precisamos consertar a base das fundações do SUS como um todo. E como já disse, o que faz um país grande são o seu CAPITAL HUMANO. A China não é melhor que a Índia devido a melhor infraestrutura, nem melhor PIB nem nada disso. A China é melhor que a Índia (antes que digam algo eu sou descendente de japoneses), porque na China - alfabetizado significa saber ler e escrever 1500 ideogramas, enquanto na Índia significa saber escrever o nome. Na China tínhamos até 2010 mais de 75% de alfabetizados e na Índia em torno de 40%!!!! Na China tanto homens quanto mulheres estão nesta faixa de 75%. Na Índia as mulheres não chegam a metade. Os países que tem um bom CAPITAL HUMANO investem maciçamente em educação.

Com isso podemos ter uma população participando mais da prevenção de doenças (e como se sabe a prevenção custa 1000% a menos que a terapia). Isso associado a uma carreira de PROFISSIONAIS DE SAÚDE E NÃO SOMENTE MÉDICOS, teremos maior comprometimento. O SUS é uma grande idéia, mas já sofre com o preconceito, mas pensem: quer um transplante de pâncreas? SUS. Cirurgias cardíacas complexas? : SUS.  Qual o maior financiador de cirurgias para obesidade do país? SUS! Então acho que falta organizar o sistema para que haja melhores condições do corpo funcional (médicos, técnicos etc..)

Com segurança jurídica e magistrados com melhor estrutura no gabinete, podendo ter um consultor (por exemplo, um médico) para auxilia-lo nas decisões, evitaria um desgaste imenso no processo de exercício do direito - e enxergando isso como investimento - poderia poupar muito o Estado nos custos processuais.


Controle e Direito social:  Ainda acho que deveríamos parar de ser pais super-protetores. Esse negócio da cura gay (movimento popular) é uma bandeira justa? Sim, acredito que seja. Mas acho impressionante que tenhamos chegado a isso.  Parafraseando um amigo: Se o cara acha que precisa de tratamento que vá atrás! Se acha que está bem em sua homosexualidade ou heterosexualidade ou seja lá qual for sua identidade sexual - que fique assim. Se o CID classifica é para que possamos fazer estatísticas e quando alguém QUISER algum tipo de tratamento, terapia ou algo assim possamos classificar e codificar, mas isso não precisa ser estigmático para ninguém. 
Violência, seja qual for, não deve ser aceita jamais para qualquer grupo. Sejam homo, sejam hetero, sejam negros, pardos, amarelos, indios, crianças, adultos, mulheres, homens, etc.etc... Acredito que a violência seja física ou psicológica deve ser punida de forma exemplar. O ser humano é uma unidade biológica que prima pela sua necessidade de se auto-afirmar (instintivo) - e as vezes isso é feito em detrimento de outros. As leis existem para inibir o comportamento não compatível com a vida em sociedade.


Bem, já perdi a meada do editorial. Fica para uma parte 2 as outras coisas que penso.

Como diz minha amiga Natalia "pode fechar a conta!"





3 comentários:

  1. Ontem de madrugada na Band, passou um programa chamado "O mundo segundo os brasileiros" e era sobre a Suécia....se você tivesse assistido (ficamos até às 2:00 h da manhã vendo), iria estar deprimido ao ponto de cortar os pulsos, comparando esse país aqui à Suécia....Procura lá no youtube!

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  2. Interessante.
    Bom rever seus posts depois de tanto tempo.
    Não concordo com todas as suas colocações, mas também acredito que o caminho é a exposição de idéias, mesmo que nem todas estejam em consonância com o tempo. Há pouco tempo, a monarquia foi deposta por defender a abolição da escravatura que contava com a defesa dos próprios escravos. Há até 3 meses antes da proclamação da Independência não havia sequer um panfleto que defendesse essa idéia.
    Não sabemos onde chegaremos com essa busca, nem qual o caminho, talvez a maneira seja tatear o chão com cuidado, talvez seja "meter o pé na porta".
    Neste país, sempre as mudanças contam com uma dose excessiva de cautela.
    Citando Leandro Narloch no Guia politicamente incorreto da história do Brasil - Bernardo Pereira Vasconcelos,o mais sarcástico e influente orador do Parlamento brasileiro e autor do Código Criminal de 1830, não tinha vergonha de dizer que vinha da classe dos "capitalistas, dos negociantes, dos homens industriosos, dos que se dão com afinco às artes e ciências: daqueles que nas mudanças repentinas têm tudo a perder, nada a ganhar.
    Criou-se assim um ambiente em que era deselegante e infantil pregar revoluções e reformas radicais. Havia um consenso entre os políticos brasileiros de grupos inimigos, que mudanças, se necessárias, deveriam passar por um processo lento e gradual, sem sobressaltos e traumas, garantindo liberdades individuais."

    Assim são nossas mudanças, assim é o nosso sistema político, sem aeração abrupta, sem mudanças reais, apenas uma gentil troca temporária de cadeiras. Mudanças orquestradas pelo poder para não perder o poder.

    Um grande abraço meu caro amigo.

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