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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Erro médico....




Segue link do artigo da Dra. GIOVANNA TRAD CAVALCANTI Advogada militante na Área do Direito Médico-Hospitalar e da Saúde, Pós- graduada em Direito Processual Civil pela Unissul, Pós- graduanda em Direito Médico pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIAASELVI).


http://www.fatonotorio.com.br/artigos/ver/174/erro-medico-ou-fatalidade-sabendo-diferenciar-a-origem-do-dano-ocorrido-durante-o-processo-terapeutico

Minha resposta....


Bom dia

Estou a escrever algo sobre erro médico e me deparei com artigo da dra Giovana (Erro médico ou fatalidade? Sabendo diferenciar a origem do dano ocorrido durante o processo terapêutico.).  

Gostaria de discordar. O diagnóstico correto não é obrigação final do médico pois este pode errar no diagnóstico, o que não pode acontecer é errar devido desleixo, inobservância técnica entre outros nomes que se dão para a imprudência, imperícia ou negligência. Ou seja, pode acertar ou errar, desde que o processo investigativo seja válido.

Muitos gostam de pensar que os sintomas de determinadas doenças sempre se apresentam como descritos nos livros mas a prática clínica é muito diversa. Sou cirurgião é ja operei vários apendices onde a clínica não era compatível com o do livro e manuais. O contrário era verdadeiro, ultrasom normal mas clínica de livro - paciente operado e tinha apendicite. 

Principalmente idosos chegam a urgência hospitalar em uso de uma miríade de medicações além de já terem usado chás e receitas caseiras de toda sorte. Habitualmente já padecem de doenças crônicas e tem dificuldade em estabelecer uma linha cronológica clara sobre os eventos em saúde.  Tudo isso dificulta em muito o processo de avaliação clínica, por mais minuciosa anamnese seja feita.

Diga-se de passagem, uma conversa bem conduzida é bem mais valiosa que o simples exame físico no processo diagnóstico. 

De qualquer forma acredito haver uma interpretação equivocada sobre a questão do diagnóstico errado - pois como podemos ver no texto - "taquicardia, dor no braço, hipertensão, vômito e/ou outros"... são sintomas que podem ocorrer em uma multiplicidade tão grande de eventos médicos que seria impossível listar. 

Exemplifico:: Idoso obeso caiu e quebrou o braço, o que leva a dor no braço que leva a taquicardia e consequente elevação da pressão arterial. Com a dor forte pode resultar em vômitos E/OU OUTROS... Se ele bateu a cabeça e foi encontrado inconsciente como saber que ele caiu? Nem todas as fraturas são "expostas" algumas são dificeis de se ver mesmo sob radiografias.


Então .. no mundo biológico nada é tão preto no branco  como "sintomas de infarto"

Parabéns pelo artigo 


Análise:  acho que ainda muitos acham que medicina é uma arte matemática, que a relação com o paciente é a mesma que quando você compra uma televisão (código de defesa do consumidor) ou quando você contrata um eletricista para ver sua tomada (que por sinal cobra mais caro que uma consulta médica).

E enquanto perdurar essa visão preparem-se para ter médicos mais tecnólogos. Ou seja, não se envolvem emocionalmente com o paciente, quero dizer... já existe o consentimento informado e não vai demorar para que tenham que assinar um contrato de prestação de serviços.

Vamos de deixar de nos importar e fazer apenas o que está contratualizado - o melhor possível, mas dentro do contrato....

Que medo do futuro...










Um comentário:

  1. Traço um paralelo a um acontecimento relevante, o julgamento do "Mensalão".
    Temos votos diferentes de cada Ministro. Ninguém vai dizer que o Ministro "errou" ao condenar ou absolver o réu.
    Ele simplesmente "interpretou" a Lei. Curioso que o Processo é o mesmo para todos os Ministros, sem o fator "Tempo" (evolução) que tanto influencia os processos biológicos em medicina.

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